[Evento Oficial]

White Demon

Mya apertava a garganta do homem contra a parede de tijolos sujos. Não, ele não era nenhum warlock ou demônio, era só um molestador que estava no lugar errado, na hora errada. E não era exatamente sortudo por cruzar caminhos com a garota, era mesmo um pobre diabo nojento, condenado. Roman não gostava nada disso, ele sempre lhe disse para deixar os humanos cuidarem dos humanos, mas Mya não via diferença alguma entre o homem que sufocava e as criaturas das trevas com as quais sempre lutou. Eram assassinos, não havia discussão. O homem tossia, tentando se libertar do aperto de ferro do demônio, mas era em vão. – Desculpe, meu amor. Mas pessoas como você me dão nojo – sussurrou Mya em seu ouvido, ao rasgar o peito do homem com sua fiel faca de cabo de couro – Talvez isso te ensine a se comportar – murmurou, plantando um beijo na bochecha do morto.

Depois de se livrar do corpo, encarou o reflexo em uma poça de água no chão do beco, não tinha nem um fio de cabelo fora do lugar. Abriu um sorriso adorável, aquele seria o primeiro de muitos que receberiam a sua justiça. Não sabia muito bem para onde ir agora, talvez devesse procurar um lugar para passar a noite, a cidade era uma enorme bagunça e lhe dava dores de cabeça. Andou algum tempo, meio sem rumo, com as mãos enfiadas nos bolsos, até se dar de frente com uma espécie de boate super lotada. Franziu a testa, não tinha ido parar ali por acaso, podia sentir. E sentia também algo mais, um arrepio na nuca que denunciava a presença de outros como ela. Um feitiço, pensou, alguém nos quer aqui. Mas quem? Era só um chute, mesmo assim imaginava que qualquer um que chamava por demônios e outras criaturas místicas só podia estar sofrendo de um serio caso de loucura. De qualquer forma, seria rude deixá-los na mão, certo? O pensamento irônico rasgou-lhe outro sorriso da face, marcando as bochechas com belas covinhas.

Não estava afim de esperar em filas, foi se esgueirando para os fundos com passos mais leves do que os de uma bailarina. Esperou só o suficiente para que alguém usasse a porta dos funcionários e aproveitou aquele vão momento em que a porta esteve aberta para entrar, sem ser percebida. Mya sabia se misturar nas sombras como ninguém. Mesmo na área dos funcionários, podia ouvir a musica que vinha abafada da danceteria, guiou-se pelo barulho até chegar ao amontoado humano que tinha ali, todos dançando e se divertindo. Mas não são todos humanos, não, podia sentir mesmo de longe. Aquela festa logo estaria infestada com todos os tipos de pestes e Mya ia passar sua faca na garganta de qualquer um que merecesse. Balançou o quadril no ritmo animado da musica, misturando-se na multidão. Jogava a cabeça para trás e balançava os cabelos curtos no meio de sua dança, seus sentidos ligados no máximo, pronta para qualquer surpresa.

Chegou no bar, apoiando-se no balcão com um sorriso travesso no rosto – Vodka por favor – pediu – Pura e limpa, nada de misturar com essas frutas estranhas – fez uma careta. Roman costumava dizer que a única forma de esquentar os ossos na desgraça era com um bom copo de Vodka e Mya concordava em gênero e número. Apanhou sua bebida, bebericando enquanto brincava com o gelo entre os dentes quando seus olhos caíram sobre os dois. Nunca tinha tido o prazer de conhecer um avatar, já um Phoenix era uma velha historia para ela. Não costumava matá-los, apesar de serem tão assassinos quanto os outros, a cada três ou quatro anos um Phoenix acabava matando alguns dos demônios e bruxos das trevas que Mya tanto penava para caçar, facilitando seu trabalho. Era um lucro à longo prazo, mas lucro é lucro, isso também não se discutia. Franziu a testa, enquanto observava, o avatar, parecia mais perdido do que um cego em tiroteio e aquilo a estava deixando curiosa. Virou a vodka garganta a baixo e deixou o copo sobre o tampo da mesa – Fique com o troco – murmurou para o barman depois de deixar uma gorjeta gorda.

Ainda balançava o corpo, dançando com certa discrição enquanto se aproximava. Ah sim, Maegory Dostoievsky era uma grande intrometida e queria ouvir cada palavra do que diziam.

White Demon

O bservava o avatar de longe, franzindo a testa. Já tinha caçado anjos negros, bruxas e demônios, até mesmo humanos que faziam uma bela bagunça mexendo com artes das trevas já tiveram o desprazer de conhecer Mya e toda a sua fúria, mas Roman nunca a deixara se aproximar de um avatar. Esqueça, você ainda não está pronta, eram as palavras do homem toda vez que tocava no assunto. E quando estarei pronta? Mya reclamava. Não estivera pronta quando foi forçada a assistir o demônio Bartok massacrar toda a sua família, mas se saíra bem lutando para esquecer o passado. Mya era forte, Roman é quem precisava acertar suas contas e entender.

Agora finalmente se via na oportunidade de conhecer sobre aquela raça. Naturalmente, pensaria que a cabeça de um avatar ficaria bonita em sua coleção, mas o garoto que conversava com o Phoenix não parecia nem de longe intimidador ou problemático. Ela própria deveria parecer muito mais perigosa, com aquelas botas de combate de cano longo e espartilho rendado preto que caía em contraste com sua pele pálida de neve. Mya não podia ter certeza se toda aquela curiosidade que sentia pelo avatar andava ou não de mãos dadas com seu instinto assassino, afinal, havia uma parte dela que simplesmente adorava matar. Gostava de ouvir suas vitimas clamarem por perdão e gostava também da expectativa de extorquir poderes novos de bestas mortas, era seu demônio interior falando, pedindo por liberdade... Liberdade que Mya não desejava conceder.

Balançou a cabeça, sentindo-se hipnotizada. O Phoenix puxava aquele avatar para longe, será que tinha sentido sua presença? Ele parecia ter intenções sombrias, mas Mya temia mais por sua alma do que pela vida do avatar, aqueles pensamentos sombrios e assassinos que de quando em vez lhe tomavam conta não eram saudáveis. Era difícil romper com suas emoções, mostrar-se indiferente ao mundo ao seu redor, sem ceder aos desejos do demônio e perder sua humanidade de vez, aquilo exigia um equilíbrio exagerado que ela ainda não tinha alcançado.

Deixou que os dois se perdessem na multidão, entrando em um banheiro masculino suspeito para poder acalmar sua própria mente. Quando o demônio tomava conta de seu corpo, era importante manter-se afastada de grandes fontes de poder como aquele avatar confuso. Podia-se dizer que era uma alcoólatra viciada em qualquer coisa que a tornasse mais forte e estava em processo de purificação, se perdesse a conta, ia acabar escrava de sua metade maligna. Deu dois passos para trás, distraindo-se com o ritmo de Rage against the Machine que tomava conta do salão, e enquanto dançava animada aos berros de Zack de La Rocha que gritava sobre a anarquia estado unidense e os absurdos capitalistas da nação uma bela explosão chamara a atenção da garota.

Qualquer um se limitaria a ver a grande cena, uma séria batida tinha tomado conta das portas da boate, mas o que Mya via era o anjo negro entrar inocentemente. – Exibido... – murmurou, com um sorrisinho irônico e comportado. Assistiu enquanto este ia até o bar e puxava papo com a bruxa sentada ali. Por deuses, aquela cidade parecia um ninho sobrenatural. Bagunçou seus cabelos curtos e ondulados, estava ali já faziam mais de dez minutos e ainda não tinha destruído nada, aquele deveria ser seu recorde. Precisava mudar aquilo e por isso foi se aproximando como uma leoa silenciosa, espreitando a nova caça.

White Demon

Observava de longe, esperando o momento certo para fazer as apresentações enquanto se perguntava se a bruxa daria muito trabalho. Ela com certeza não se parecia com uma warlock, mas Mya sabia muito bem o quanto esses podiam enganar nas aparências. Ela mesma podia se parecer com uma bonequinha indefesa, mas mostrava garras compridas de tigre à qualquer um que fosse estúpido o suficiente para se meter no seu caminho, não? A única forma de realmente conhecer alguém é analisando, foi assim que Roman a ensinara e era assim que ela fazia.

Eis então que tinha sido descoberta, ouvira a pergunta da loira em sua mente antes mesmo de esta proferir as palavras e deu um risinho baixo e debochado do pensamento da bruxa que a confundira com algum tipo de ex-namorada perseguidora. Não prestava tanta atenção nela, queria mesmo é saber do anjo, seus olhos vieram em sua direção e Mya não teve vergonha alguma em encarar abertamente. Na verdade, com o contato visual, era mais fácil invadir a mente desprotegida do homem. Era um cara bonito, como muitos outros que já tinha esfaqueado no passado, mas algo ali parecia atiçar o demônio. O anjo tinha uma aura intrigante e explosiva. Gostava daqueles, sempre rendiam uma boa briga.

A musica ainda tocava e Mya fora balançando suavemente até o terceiro banco no bar, ao lado do anjo. Ele acabara de perguntar à bruxa se por um acaso conhecia a tal morena misteriosa que causava a polemica atual. – Acho que a resposta correta seria não – disse Mya, com um sorriso vermelho e travesso nos lábios, que faziam marcar profundas covinhas em sua bochecha. O sorriso era tão simpático quando os olhos eram profundos e escuros. Algo em Maegary simplesmente gritava perigo, sempre gritou. – Acertei? – perguntou, com um risinho delicado, tamborilando os dedos na mesa, o sorriso ainda plantado no rosto – Essa musica não é ótima? – comentou com uma intimidade esquisita. Levantou a mão para o bartender, fazendo um sinal qualquer para que lhe trouxesse uma bebida forte, qualquer coisa serviria.

Lembrou-se repentinamente do avatar, perguntando-se que fim tinha levado afinal. Não era da sua conta, lembrou-se, afastando aquilo para longe. Esperava por uma resposta qualquer, viesse de um dos dois, não importava. No final, Mya sabia muito bem como aquilo terminava. Seria diverdido.

White Demon

A musica fez um belo sorriso se abrir no rosto delicado de Mya enquanto lançava um olhar curioso ao anjo negro de atmosfera metamórfica. Parecera tão irritado, prestes a explodir, quando a vira observando-o de longe. Agora Thomas, captara o nome em sua mente, parecia sentir o efeito da musica comandando seus músculos no lugar do cérebro. Maegary não pode deixar de rir, gostava daquela musica. Aquela era a sua musica. – Me desculpe qual é o seu nome? Eu iria me apresentar mas tenho quase certeza que você já sabe quem sou – disse a bruxa, a sua voz quase se perdia no meio da barulheira da festa. Ela parecia sentir dor só de se aproximar de Mya.

Sim, Mya sabia seu nome. Ele piscava em sua mente como se usasse um crachá identificador, abriu um sorriso branco de lábios vermelhos e respondeu sem cerimônias – Sou problema, muito prazer – deu um risinho, tirando os óculos escuros da bruxa e pendurando-os em seu espartilho rendado, entre os seios. A bruxa parecia um patinho assustado, e por mais que o demônio em Mya estivesse solto, a garota não se divertia nem um pouco com o sofrimento alheio. Queria que a garota parasse de se enconder daquela forma.– Tem olhos bonitos, então pare de esconde-los – disse, e então se juntou a Thomas em uma dança bastante animada, esperando que Anne os seguisse.

Os versos do refrão explodiram em sua cabeça enquanto Maegary agitava em uma dança divertida, balançava a cabeça, sacudindo os cabelos curtos e ondulados quando sentiu as mãos do anjo pegarem-na desprotegida, rodando-a no mundo. Não sabia qual era o joguinho que o anjo brincava, mas sabia jogar também e vez por outra podia improvisar. Suas mãos soltaram a garota, deixando que algum espaço crescesse entre eles. Mya podia sentir que Annabelle não estava muito longe, mas não prestava tanta atenção assim, logo começou uma espécie de batalha de danças, com movimentos agidados e bem ritmados, a sola das botas pareciam estar pegando fogo. Então parou, como se esperasse que o anjo lhe mostrasse os movimentos que ele conhecia.

Thomas entrou na brincadeira, tentando imitar os passos sutis que a garota acabara de demonstrar. Mya riu, só queria distraí-lo e estava fazendo um ótimo trabalho. Voltou a dançar, sentindo uma onda de energia passar por seu corpo. O demônio dentro de Maegary era chama viva que ardia sem parar, dançava, bagunçando os cabelos naturalmente desalinhados, lançava as mãos ao alto deixando a musica à consumir. As vezes sentia que só haviam duas formas de se libertar, seria se entregando a momentos como aquele ou sentindo o sangue quente jorrar enquanto matava. Mya delirava entre opostos, a harmonia da dança e o desejo assassino, aquele era seu conflito interno. Mas qualquer um que a olhasse veria apenas a pequena bonequinha russa adorável, o sorriso, as covinhas e dança cativante. Cegos, eram todos cegos pelas aparencias.

Sam havia chegado à São Francisco naquela manhã,então ainda se sentia um pouco perdido enquanto caminhava,sem rumo na noite.A cidade o impressionava por causa de sua agitada vida noturna,mas ele não pretendia passar muito tempo naquela cidade,pretendia passar poucos dias e depois ir para a próxima cidade,como ele costumava fazer.
Então Sam chegou à uma rua que estava bem agitada,mas aparentemente a razão era um acidente de carro.Sam,foi se aproximando do local do acidente,mas parou repentinamente.Como em uma enorme onda,começou a sentir uma grande mistura de poderes mágicos,e aparentemente de várias criaturas diferentes.Isso deixou Sam intrigado,ele acelerou o passo em direção à batida de carros,ao chegar lá viu que a batida havia ocorrido na frente de uma boate,P3,"Que nome estranho para uma boate...".Pensou Sam.
Sam se aproximou um pouco dos carros batidos,então sentiu uma energia forte vindo de um dos carros,um que parecia ter sofrido diversos danos.Naquele instante não houve dúvida,era a energia de um Anjo Negro.
Sam se virou para a boate,e viu que as energias que estava sentindo estavam concentradas naquele lugar,então resolveu entrar.Estranhamente ele não teve problemas para entrar,geralmente os seguranças pediam sua ID,mas por alguma razão o segurança nem mesmo olhou para o rosto de Sam.
Logo que chegou as energias que ele estava sentindo começaram a tomar forma,e ele pode identificar seus donos.Três Bruxos,dois Anjos Negros,um Phoenix,um Demônio,e um Avatar.Agora que Sam sabia o que procurava,cabia a ele mesmo descobrir os rostos dos donos das energias.
"O que há de errado com este lugar? Parece um ninho de monstros!".Pensou ele.
Apesar de estar surpreso pelo número de seres mágicos aglomerados em um mesmo espaço,ele não estava com medo.Na verdade estava até um pouco animado,tantos seres poderosos juntos,com certeza terminaria em diversão.
Então,Sam foi para a pista de dança para tentar se divertir um pouco,pensando bem,ele percebeu que a muito tempo não o fazia.Mas ele também desejava descobrir quem eram os donos de tais poderes,Sam não tinha nenhuma intenção para com os seres mágicos da festa,apenas desejava saber em quem ele deveria prestar atnção caso algo interessante acontecesse.
Em pouco tempo dançando conseguiu identificar o dono da energia demoníaca que sentiu ao entrar,ela vinha de uma garota pequena de cabelos curtos,muito atraente por sinal.Era quase difícil acreditar que ela era um demônio.Quando passou próximo a ela Sam notou que ela também havia se dado conta de sua presença,e Sam tinha o pressentimento de que ela saber que ele estava la,não era uma coisa boa.






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